Como anda a liderança no século XXI?
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Coragem de Mudar
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  • Imagine-se em uma posição de gerência com um grupo de pessoas que se reporta diretamente a você. Você pode se basear em sua vivência atual ou em alguma situação do passado. Caso você nunca tenha assumido uma posição de chefia, ponha-se no lugar de seu chefe ou de algum gerente hipotético qualquer. Em sua opinião, que porcentagem do grupo que se reporta a você poderia ser classificado como categoria “A” (excepcionais), como “B” (“pessoal do limbo”) e como “C” (medíocres)?

% na categoria “A”: ____

% na categoria “B”: ____

% na categoria “C”: ____

2- Você acha que a atitude de um gerente pode influenciar o desempenho de seus subordinados e afetar a produtividade do trabalho desempenhado por eles? Por que?

PROFECIA QUE SE AUTO-REALIZA E EFEITO PIGMALEÃO

(SELF-FULLFILLING PROPHECY AND PIGMALEON EFFECT)

De acordo com Sterling Livingston a maioria dos gerentes-profeta [1]classifica seus subordinados em classes A,B e C[2]. Na primeira estariam os excepcionais, “os que vão para o céu”. Na segunda classe os razoáveis, “os que vão para o purgatório” e, finalmente, na terceira, aqueles que “vão para o inferno”[3]. Sob a forte influência de sua percepção inicial e de seus estereótipos, o gerente, em sua interação diária com seu subordinado, tenderia sempre a reforçar as “primeiras impressões”, suas premissas perceptivas iniciais. Os estereótipos são exemplos de “profecia que se auto- realiza” (PAR). Há uma série de processos que, após a “absorção” do estereótipo, servem para conferir-lhe sustentação. O gerente, através de percepção seletiva, concentra-se preferencialmente nos incidentes que confirmem a imagem inical que concebeu a respeito de seu subordinado. Desconsidera sistematicamente, pelo mesmo mecanismo, todos os eventos que a contradigam. O estereótipo também é mantido por força do mecanismo da interpretação seletiva, ou seja, da interpretação de observações exclusivamente em termos do estereótipo.Por exemplo, “todo funcionário da produção encontra dificuldades ao se expressar oralmente” enquanto “funcionários da área de marketing sabem escrever bem”. Uma terceira maneira de se preservar o estereótipo é através da identificação seletiva: “Ele realmente parece marketeiro”. Finalmente é possível identificar o mecanismo da exceção seletiva: “Ele nem parece um operário da linha de montagem”. Até mesmo as exceções servem para alimentar o estereótipo.

A interação diária entre chefes e subordinados, entre chefes e chefes e entre subordinados e subordinados tende a contribuir para a realização de suas expectativa-profecias, das PARs. Intervenções intencionais podem mudar o curso dos eventos. O gerente pode mudar o curso dos eventos

O estudo original de Robert Merton, de 1947[4], foi realizado sob a perspectiva sociológica. O estereótipo é um fenômeno predominantemente sociológico e significa “a imagem que determinado grupo compartilha referente a outro grupo ou categoria de pessoas”. Os estereótipos estão constantemente mudando. Alguns estereótipos desaparecem por falta de exemplos que os confirmem. Também podem desaparecer devido a outros mecanismos, entre eles o da ação política e judicial levada a termo por determinados grupos (como as minorias étnicas) que se sentem injustiçados pelo tratamento que recebem. Os membros de um determinado grupo tratam os membros de outro grupo fundamentalmente em termos das opiniões estereotipadas que possuem. Isto pode ter conseqüências graves no desempenho de indivíduos, de equipes e da própria organização. O executivo de hoje tem de saber da existência destes fenômenos e desenvolver uma estratégia para evitar que estes comprometam os resultados desejados.

Bibliografia

BABAD, E.Y., INBAR, J., & ROSENTHAL, R. Teachers’judgment of students’potential as a function of teachers’ susceptibility to biasing information. Journal of Personality and Social Psychology, 42, pp 541-547, 1982.

LIVINGSTON, J.S. Pygmalion in management. Harvard Business Review, 47(4):81-89, July/Aug1969.

LIVINGSTON, J.S. Retrospective commentary. Harvard Business Review, Sep-Oct, 1988.p.125.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 4.ed. revista e ampliada. São Paulo: Atlas, 1995. 476 p. (vide, em especial, Cap 16: “Sistemas motivacionais e dinâmica da motivação”.pp341-354).

MERTON. R.K. The Matthew effect in Science. Science, 159, 1968. p.56-63.

MERTON. R.K. The self-fulfilling prophecy. Antioch Review, 8, 1948. p.193-210.

PINDER, C.C.. Work motivation: Theory, issues, and applications. Glenview, Ill. : Scott, Foresman, 1984.

RAUDENBUSH, S.W. Magnitude of teacher expectancy effects on pupil IQ as a function of the credibility of expectancy induction: A synthesis of findings from 18 experiments. Journal of Educational Psychology, 76, pp. 85-97, 1984.

ROSENTHAL, R. On the social psychology of the psychological experiment: the experimenter´s hypothesis as unintended determinant of experimental results. American Scientist, 51, 1963. p.268-283.

ROSENTHAL, R. From unconscious experimenter bias to teacher expectancy effects. In DUSEK, J.B., HALL, V.C. & MEYER, W.J., eds, Teacher expectancies. Hillsdale, NJ: Lawrence Earlsbaum, 1985, p.37-65.

ROSENTHAL, R. On the social psychology of the self-fulfilling prophecy: Further evidence for Pygmalion effects and their mediating mechanisms. New York: MSS Modular Publications, Module 53, 1973.

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ROSENTHAL, R., & JACOBSON, L. Pygmalion in the classroom: Teacher expectation and pupils’ intellectual development. New York: Holt, Rinehart &Winston, 1968.

EXERCÍCIO INDIVÍDUAL DE APLICAÇÃO

 Descreva a Teoria dos Quatro Fatores de Robert Rosenthal .

  • De que maneira um gerente pode usar este modelo para melhorar a produtividade de sua equipe?

[1] O termo é nosso.

[2] “O fator-desencadeador e a produtividade: o efeito Pigmaleão”. Filme comercializado no Brasil pela Siamar.

[3] seja lá quais forem os critérios subjetivos e objetivos (?) que o gerente utilize para tal classificação

[4] publicado em 1948,

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