Agora que a economia está passando por momentos delicados, e a guerra pela aquisição de talentos já não é tão intensa, estarão as empresas passando por um retrocesso? Será que as roupas esporte e as salas de ginástica, as contratações e os bônus foram abolidos? Sim e não! Quando a maré econômica muda, revela-se o verdadeiro caráter da empresa.
Tornar o trabalho mais criativo, agradável e produtivo não é questão de dinheiro ou vontade. Existem dois motivos para que sejam adotadas essas iniciativas progressistas:
1. Como estratégia de recrutamento e retenção em uma tentativa desesperada de entrar na guerra pelo talento. Estas organizações, agora que se perceberam de volta a uma posição confortável em termos de oferta e demanda de mão-de-obra, estão revelando seu verdadeiro caráter.
2. Como maneira de fazer negócios. Ambientes de trabalho agradáveis, como o da Southwest Airlines, o de varejistas inovadores como a Nordstrom e de culturas que fazem questão de oferecer um serviço eficiente ao cliente, como Ritz-Carlton, são verdadeiros marcos da inovação em recursos humanos. São empresas que atraem os melhores talentos e fazem de tudo para conservá-los. Pensam longe.
Alguns exemplos de práticas que resistem ao teste do tempo são:
· Gerenciamento do tipo “livro aberto”: Estimule os empregados a buscar informação acerca de tudo que quiserem saber sobre a organização, sua orientação, os desafios, os sucessos – e faça-os sentirem-se à vontade para dar opiniões e fazer críticas de um modo amistoso, compensador, reconhecendo que a “insatisfação criativa” serve de motivação para mudar e crescer.
· Pague pelo desempenho: Pagar pelo desempenho e recompensar resultados positivos – não gastando mais dinheiro, mas alocando de modo diferente – são atitudes que trazem grandes benefícios. Tudo que é observado, medido e recompensado é feito. O verdadeiro pagamento pelo desempenho cria um “retorno positivo”. Largue os perdedores e conserve os vencedores. Administradores progressistas sabem que “igual” nem sempre é o justo, em especial quando se trata de pessoal de alto desempenho.
· Divertimento com propósito: Trabalho e diversão não precisam ser opostos ou incompatíveis. Costumamos associar ambientes de trabalho divertidos ao setor tecnológico, mas Southwest Airlines e Ben & Jerry’s institucionalizaram a sinergia do prazer e do alto desempenho, e têm lucrado muito com isso. Aqueles que pensam longe sabem que o prazer não é um programa – é um estado de espírito e uma cultura.
Não existe justificativa para “apertar os parafusos” de iniciativas de custo zero, como flexibilidade, divertimento com propósito ou comunicação bilateral. Portanto, sendo um talento, durante tempos economicamente difíceis, você precisa promover o prazer e o alto desempenho.
A Crise Revela o Caráter
As empresas que valorizam seu pessoal e criam e mantêm uma cultura de criatividade, motivação, produtividade e prazer intrínseco conseguem um incrível retorno sobre o investimento. Qualquer administrador que pense que a época de carência de talentos acabou está errado. Sempre falta talento! Os melhores e mais brilhantes não estão desesperadamente à sua procura. Tiger Woods não incluiu o currículo dele em Monster.com. E ainda que o fizesse, por que ele se interessaria em trabalhar para você? É aí que caráter e cultura tornam-se a sua vantagem competitiva. Ainda que você tenha muito dinheiro, essas coisas têm importância!
Em tempos difíceis, você precisa se preocupar com o moral e a motivação dos sobreviventes. É um desafio e tanto! É desmotivador e preocupante assistir à verdadeira tragédia do corte de funcionários. Portanto, se pretende continuar no setor, espera que o seu pessoal realize mais com menos e não quer assistir ao êxodo em massa dos talentos que restaram, que escolha tem? E não se trata de dinheiro, viu?
John Putzier é presidente da FirStep, Inc.
AÇÃO: Procure e valorize “talentos” de alto desempenho e emocionalmente inteligentes